Em busca de seu quarto título da Superliga, técnico do Osasco revela paixão por forró e elogia rival Bernardinho: 'É um ícone, uma referência da geração

Luizomar saiu cedo de Caruaru, onde nasceu. Da cidade pernambucana, manteve no sangue a paixão pelo forró. “Rindo à toa”, do grupo Falamansa, é uma de suas músicas preferidas desde a época em que conquistou seu primeiro título da Superliga, pelo Flamengo, na temporada 2000/2001. Queria aprender a tocar algum instrumento, mas diz ser descoordenado até para batucar na mesa. Ainda assim, sempre que pode, vai a shows. Até mesmo a uma micareta, como a do carnaval de Maceió, que foi ao lado da mulher. A ideia de se misturar aos foliões, no entanto, não foi tão feliz.
- Quase não conseguimos sair, ficamos esmagados lá – brincou o técnico.
Da infância, ele se lembra do sonho de ser bombeiro e das dificuldades que seus pais enfrentavam em busca de uma casa própria e do fim do temido aluguel. Mas também carrega até hoje a paixão pela carne de panela feita por sua mãe. Diz que seu orgulho é ter conseguido dar condições melhores à família. É dela, aliás, que vem seu maior medo.
- Meu maior medo é que alguém da minha família fique doente.
Ainda que passe tranquilidade, Luizomar não é um técnico frio. A cada jogo, se entrega, tanto pelo Osasco quanto pelas seleções de base. A última vez que chorou foi justamente em uma derrota, trancado no quarto de hotel, depois de perder para a Itália na final do Mundial juvenil de 2011, no Peru. Em busca de seu quarto título da Superliga, o comprometimento é evidente. Tanto que precisou mentir para o filho, que pedia um pouco mais de tempo para suas brincadeiras.
Eu menti esses dias para o meu filho caçula, quando disse que ia brincar com ele no fim de semana. Mas vai ser impossível.
Na final, Luizomar vai se ver novamente à frente do Rio de Janeiro, no maior clássico do vôlei nacional. As duas equipes decidiram as últimas oito decisões da Superliga, com vantagem para a equipe carioca (cinco vitórias, contra três do time paulista). O último encontro não foi dos mais tranquilos. No ginásio José Liberatti, as atuais campeãs venceram um jogo nervoso, com direito a uma discussão entre o técnico da casa e Bernardinho. Luizomar, no entanto, é só elogios para o rival.
- É um ícone, uma referência para a nossa geração.
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