quarta-feira, 3 de abril de 2013

Ônibus envolvido em acidente no Rio tem mais de R$ 4 mil em multas


Excesso de velocidade e parada irregular estão entre infrações, diz SMTR.
Queda do ônibus 328 na Avenida Brasil deixou 7 mortos e 10 feridos.

De acordo com o Sistema de Controle de Infrações de Trânsito, disponível para consulta de multas no site da Prefeitura do Rio, o ônibus da linha 328 (Castelo-Bananal), com placa KYI0973, que caiu de um viaduto na Avenida Brasil, na tarde desta terça-feira (2), soma R$ 4.460,62 em multas. Segundo informou a Secretaria Municipal de Transportes na manhã desta quarta-feira (3), o transporte possui um total de 46 multas e a última vistoria feita pelo SMTR foi realizada em 3 de julho do ano passado.
Ainda de acordo com a SMTR, as vistorias realizadas pelo órgão têm validade de um ano e são verificados estado e conservação do veículo, itens de segurança, documentação e regularidade junto ao Detran. Segundo SMTR, a vistoria do Detran de 2011, responsável por cobrar e verificar se os veículos estão em dia com eventuais multas, era válida até o dia 31 de outubro de 2012.
A SMTR informou ainda que os principais motivos das multas no período de 2007 a 2013, registradas do veículo tipo MicroMaster Urbano sem ar, ano 2007, que pertence ao consórcio Internorte são: veículo circulando fora da faixa de ônibus, no corredor BRS, parada irregular e excesso de velocidade (gravidade média – até 20% acima da velocidade permitida).
Feridos e mortos
Seis corpos das sete vítimas da queda do ônibus 328 no Viaduto Brigadeiro Trompowski, na Avenida Brasil, perto da Ilha do Governador, no Rio, na tarde de quarta-feira (3), já foram liberados pelo Instituto Médico Legal. Ainda não há previsão do enterro das vítimas.

Dos 10 feridos, quatro pessoas estão em estado grave. O motorista do ônibus, André Luiz Souza Oliveira, de 33 anos, está internado com fratura no fêmur e traumatismo craniano no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, na Zona Norte do Rio. A polícia já está com a câmera do circuito interno do ônibus.

Há ainda pessoas internadas nos hospitais Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, no Miguel Couto, na Zona Sul, no Souza Aguiar, no Centro e no HGB, em Bonsucesso. Um jovem de 18 anos está em estado gravíssimo com traumatismo craniano no Hospital Getúlio Vargas. Na mesma unidade, um senhor de 80 anos, também com traumatismo craniano, passa bem. Ainda no Getúlio Vargas, uma jovem de 18 anos, que teve um trauma leve no tórax, passa bem.

As pessoas que morreram foram Marcos do Nascimento, de 42 anos, José de Jesus, de 42 anos, Ângela Maria Reis da Silva, 62 anos, luiz antônio do Amaral, de 41 anos, Francisco Batista de Souza, de 40 anos, Oséas da Silva Cardoso, 39 anos e Luciana Chagas da Silva.

O delegado José Pedro Costa da Silva, da 21ª DP (Bonsucesso), que investiga a queda de ônibus, disse que a agressão de um jovem ao motorista pode ter causado o acidente que deixou sete mortos. José Pedro ouviu sobreviventes e o próprio motorista, e contou que os primeiros relatos confirmam a discussão entre os dois e que o veículo estava em alta velocidade.
Queda do ônibus (Foto: Editoria de Arte/G1)
O motorista do ônibus está internado com fratura na perna, traumatismo craniano e em estado de choque. O quadro dele é estável. O delegado chegou a conversar com ele, mas quer ouvi-lo de novo porque disse que o motorista não estava em condições de prestar depoimento.
“Nós temos duas testemunhas que estão lúcidas, mas que nos falaram que ele vinha em alta velocidade e isso causou a insatisfação de um passageiro por ele não ter parado no ponto”, conta o delegado .
Nelson Martins e o balconista Arioslvado Lima estavam no ônibus que caiu do viaduto. Eles desceram momentos antes do acidente e contaram uma história que pode ajudar a revelar o que aconteceu.
De acordo com o relato das testemunhas, um homem não conseguiu descer onde desejava e a partir daí, começou uma discussão. Segundo uma das testemunhas, o homem pulou a roleta e passou a gritar com o motorista, que também se exaltou. As duas testemunhas, então, deixaram o ônibus.
O motorista parou, levantou, discutiu verbalmente, xingando palavrões, e os passageiros começaram a reclamar, que moram longe e tal, ele seguiu adiante. Ao descer eu olhei para trás, eu vi os dois discutindo, principalmente o passageiro, fazendo gesto e tal”, conta Ariosvaldo.
“A única coisa do ônibus que eu ouvi quando desci foi motorista falando 'você não vai pular de volta não, então você vai comigo até o Centro'”, conta Nelson.
O ônibus tinha uma câmera interna que registrou tudo o que aconteceu dentro do veículo e a câmera já está com a polícia. A perícia já foi feita no local do acidente e a polícia tenta agora localizar o passageiro que teria brigado com o motorista.
“Vamos apurar também a responsabilidade desse passageiro que agrediu e ver a extensão dessa agressão teria sido um chute e que ele teria dado sinais de desmaio”, diz o delegado.

Sobreviventes relatam alta velocidade
Os sobreviventes do acidente disseram que o veículo estava em alta velocidade quando caiu do viaduto sobre a Avenida Brasil, no Subúrbio do Rio.
A filha caçula de Marcius Flávio nascimento, de 42 anos, um dos sete mortos no acidente, faz um ano nesta quarta-feira (3). Os planos de comemoração foram brutalmente interrompidos.
“Ele era um pai de família dedicado, um marido amoroso e vai fazer muita falta. O que eu vou dizer pra minha filha de quatro anos?”, diz a esposa de Marcius, Michele Nascimento.
Além de Marcius, também morreram no local: José Adailton de Jesus, 42 anos, Ângela Maria Reis da Silva, 62 anos, Luis Antônio do Amaral, 41 anos, Francisco Batista de Souza, de 40 anos, Oseias da Silva Cardoso, de 39 anos e Luciana Chagas da Silva, que ainda não teve a idade confirmada.
Ônibus caiu de um viaduto deixando 7 mortos e 11 feridos no Rio de Janeiro. (Foto: Sergio Moraes/Reuters)


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